domingo, 6 de setembro de 2009

Objetivo: Ultrapassagens

Em 2009 a Fórmula 1 passou por mudanças drásticas em relação ao ano anterior, com o objetivo de aumentar as ultrapassagens para deixar o esporte mais atrativo, evitando domínios absolutos e temporadas apáticas e previsíveis. Além de trazer de volta o valor do piloto aos cockpits, essas mudanças de regulamento que vem ocorrendo desde 2005 surgem também como forma de reduzir custos que foram exorbitantes no últimos 10 anos, extinguindo os "garageiros" e trazendo as poderosas e descompromissadas montadoras.
As mudanças consistiram principalmente na perda da pressão aerodinâmica estimada em 50%, o que tornou visivelmente o carro mais limpo, sem aqueles inúmeros apêndices aerodinâmicos que impediam um carro de "encostar" no outro sem se desestabilizar e por consequência aproveitar o vácuo para fazer a ultrapassagem embora o da frente estivesse mais lento.
Então, eis as mudanças:


  • As mais perceptíveis foram as nos aerofólios. O dianteiro aumentou 40 cm de largura e ficou 5 cm mais baixo, reduzindo os efeitos da turbulência do carro da frente, além da inclinação deste agora poder ser alterada em até 6 graus pelo piloto de acordo com a situação da corrida e no máximo duas vezes por volta. Já o aerofólio traseiro foi reduzido de 1 m para 75 cm e elevado em 15 cm, com as paredes laterais mais longas, diminuindo a turbulência no carro que vem atrás e aumentando a pressão aerodinâmica do mesmo, facilitando as ultrapassagens.


  • Os miniaerofólios, que são aquelas "asinhas" espalhadas pela carenagem foram retiradas bem como aqueles elementos aerodinâmicos localizados na traseira, como as chaminés que eram destinadas a escoar o ar quente dos radiadores, o que obrigou os engenheiros a repensar o sistema de arrefecimento dos carros.



  • Os defletores que eram localizados na frente dos radiadores, por exemplo, e que tinham o papel de destinar a maior parte do fluxo de ar para contornar o carro, fazendo-o escoar sobre o assoalho e seguir como numa espécie de túnel. Pois bem, estes foram diminuídos o que diminuiu também a pressão aerodinâmica e aderência.
  • Porém, a mais significativa foi a mudança no assoalho, o principal responsável por gerar pressão em um monoposto de F1. A curvatura existente no fim do assoalho chama-se perfil extrator que nos carros deste ano começam 20 cm mais para trás, diminuindo a pressão e fazendo com que o ar que sai dele não desestabilize o adversário.
  • Já o KERS (Sistema de Recuperação de Energia Cinética) foi sem dúvida a mais polêmica e não muito eficaz dessas inovações, o que merece um post destacado, devido a sua influência no desempenho dos carros estar estreitamente ligada a aerodinâmica.
    No vídeo abaixo vocês podem notar melhor as alterações,nele temos o F60, atual carro da Ferrari.


3 comentários:

Unknown disse...

Cara muito bom,gostei muito! parabéns pelas explicações é bom ter um blog onde podemos comentar e ver opiniões sobre o fantástico mundo da F1.Parabéns valewwwwwwwwwwwww

.:: Naíra Dizilah ::. disse...

Seguindo aqui. =D

Alfredo Vargas disse...

Gostei muito da matéria, mas gostaria de saber também as principais diferenças entre a aerodinâmica dos carros de Indy pros carros da formula 1.

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